sábado, 18 de julho de 2009

A Evolução das Tecnologias de Automação de Crédito (Parte 1)

Que Responsabilidade ! Este é o primeiro artigo do Blog que resolvi criar para compartilhar idéias e informações sobre Automação de Crédito e Gestão de Risco. Depois de ficar meia hora olhando para a tela do computador tentando decidir qual seria o meu primeiro artigo resolvi começar do começo: Falar um pouco sobre como comecei a atuar nestas Áreas, remontando às origens, aos primeiros projetos de análise automatizada de crédito desenvolvidos no Brasil.

Tudo começou com o fim da reserva de mercado de Infiormática no Brasil, em meados dos anos 80. Até aquele momento, desde os 15 anos, eu me dedicava obstinadamente à Eletrônica, até hoje uma das minhas grandes paixões.

Como técnico em eletrônica entrei na IBM, meu primeiro emprego, para consertar perfuradoras de cartão 029 (alguém lembra ou não eram nem nascidos ?) e como Engenheiro Eletrônico desenvolvi vários projetos de hardware e firmware para Controle de Processos na finada Microlab, um dos ícones da reserva de mercado nos anos 70 e 80.

Com o fim da reserva rapidamente percebi que não haveria mais tanto espaço para projetistas de circuitos eletrônicos no Brasil e resolvi que era hora de mudar de Área.

Nesta época estava voltando da Espanha, onde havia começado a me envolver em projetos na Área de Inteligência Artificial e acabei me juntando a um dos primeiros grupos a atuar nesta área aqui no Brasil, liderado pelo professor Emanuel Lopes Passos, do Instituto Militar de Engenharia (IME) no Rio. O outro grupo era liderado aqui em São Paulo por Edson Fregni, que fundou a Spectrum depois de vender a Scopus ao Bradesco.

No grupo do Emanuel tive o prazer de trabalhar com Evandro Lorenzoni e Marilson Campos, hoje donos da ActiveTools. Evandro escolheu como tese de mestrado desenvolver o primeiro software Gerador de Sistemas Especialistas (Shell) do Brasil e que mais tarde viria a ser comercializado pela Empresa do Emanuel, a legendária Tecsis, com o nome de PATER.

Basicamente os Shells eram ferramentas compostas por um Editor de Regras e um algoritmo denominado Motor de Inferência, que capturava os dados de entrada e processava as regras de negócio, chegando a um resultado.

Nesta época a PriceWaterhouse (antes do Coopers) se tornou distribuidora do PATER e Sérgio Losinsky, sócio responsável por novas tecnologias pediu ao Emanuel para indicar alguém para atuar como consultor na Área de Inteligência Artificial. E aí eu fui para a Price.

Na Price comecei a explorar as oportunidades de aplicação de Inteligência Artifical no mundo dos negócios e o que nesta época estava começando a despontar era exatamente a utilização de Sistemas Especialistas e Redes Neurais em Análise de Crédito. Após desenvolver os primeiros protótipos comecei a visitar os primeiros potenciais clientes.

Alguns grandes Bancos, tinham suas próprias equipes de Inteligência Artificial atuando no desenvolvimento de Sistema Especialistas. O Itaú por exemplo, com sua equipe liderada pelo Erik, utilizava os Shells ESE e KT da IBM, que rodavam em mainframe.

Eu na Price e o Mário Magalhães (hoje no Unibanco) na Arthur Andersen (antes de virar Accenture) tínhamos a desafiante meta de vender Sistemas Especialistas em Análise de Crédito para os principais Bancos do país. Nesta época, o Mário conseguiu vender o primeiro Sistema Especialista em Análise de Crédito do país (escrito em AION - Um Shell americano concorrente do PATER) para o extinto Banco Econômico e a Price resolveu me alocar em outros projetos de consultoria em tecnologia, uma vez que vender Inteligência Artificial no Brasil naquela época era um verdadeiro trabalho de evangelização e acabou levando muito mais tempo do que o previsto.

Percebendo que eu estava visivelmente infeliz na nova função, o Emanuel me chamou para assumir uma das Diretorias da Tecsis e aí a coisa decolou: vendemos e implantamos Sistemas Especialistas em Análise de Crédito para Grandes Instituições Financeiras como o Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco, todos implementados em PATER.

Estava iniciada a era de implantação dos primeiros Sistemas Especialistas em Análise de Crédito no Brasil com tecnologia totalmente nacional. Hoje ninguém mais usa Shells para construir estes tipos de aplicação. Com a modernização dos ambientes de desenvolvimento visuais, e a integração de recursos de programação orientada a objetos às ferramentas, atualmente estas aplicações são desenvolvidas diretamente em C#, VB ou Java.

No próximo artigo falarei sobre a utilização das tecnologias de Processamento de Imagens e Workflow em Automação de Crédito. Até lá !

2 comentários:

  1. Nada como um pouco de historia pra contextualizar. Fico me perguntando se os bancos aqui dos EUA usavam essas ferramentas antes de sair emprestando dinheiro pra todo mundo e acabar levando o mundo a essa crise...

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  2. Eu estava preocupado quando estava prestes a comprar minha casa com minha má pontuação de crédito. Foi-me recusado um empréstimo do meu banco e não consegui obtê-lo. Expliquei a um amigo, ele então me apresentou ao maior homem de todos os tempos ( Sr. Benjamin Lee) . Expliquei meu problema a ele enviando um texto para seu correio e ele me ajudou a resolver tudo no espaço de 3 dias úteis. Ele me concedeu um empréstimo de 3.000.000,00 euros para pagar minha casa, na qual eu também costumava expandir meus negócios. Que Deus o abençoe! você pode solicitar um empréstimo rápido do Sr. Benjamin Lee que está trabalhando com um grupo de investidores...Ele é o mago de que todos falam pela internet...Entre em contato com ele através do e-mail 247officedept@gmail.com.

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